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Em seu livro de 1934, The Science and Fine Art of Fasting, Herbert M. Shelton delineou sua teoria de que o jejum é um componente chave na promoção da cura. As ideias do livro vão contra a conhecida sabedoria convencional de que quem está doente deve comer para “manter as forças” e postula que o jejum é uma parte natural do ritmo da vida. O livro de Shelton descreve a história dessa prática e explica o seguinte em detalhes: o que é o jejum, o propósito do jejum, como jejuar com sucesso, jejum intermitente para cura e os benefícios do jejum em geral.
Shelton estava escrevendo antes do advento da teoria genética e da medicina moderna. Suas crenças foram criticadas durante seu tempo, e ele até enfrentou penalidades legais por publicar seus pontos de vista. Mas a ciência moderna agora está começando a mostrar que, em alguns casos, suas teorias eram precisas. A restrição calórica demonstrou repetidamente aumentar o tempo de vida em animais, e pesquisadores, como David Sinclair, da Universidade de Harvard, descobriram os mecanismos celulares e genéticos que respondem a essas técnicas.
De acordo com Shelton, quando alguém está em jejum, a energia que normalmente vai para a alimentação e a digestão é redirecionada para promover a saúde e o bem-estar. O jejum funciona como um método de “redefinir” o metabolismo do corpo e tem uma infinidade de aplicações. Shelton dividiu o jejum em dois períodos distintos: comer e abster-se. Ambos os períodos são considerados aspectos vitais do mesmo processo.
Quando criança na fazenda de sua família, Shelton observou os animais se absterem de comida quando chateados, feridos, doentes ou simplesmente sem fome. Shelton passou a entender esse comportamento como um meio de sobrevivência. O homem, como parte do mundo orgânico, tem muitas razões para imitar tal comportamento e tem feito isso ao longo da história – como é visto em várias práticas religiosas em todo o mundo. Shelton via o propósito do jejum como uma ocorrência natural que gerava benefícios curativos e restauradores. Tal como acontece com os animais, Shelton acreditava que a abstenção de alimentos às vezes é mais benéfica do que seu consumo. Por mais de 10.000 anos, o jejum foi usado para aliviar doenças humanas. Em seu livro, Shelton fornece evidências anedóticas de humanos jejuando por períodos de 60 dias ou mais e mostra que a prática é conhecida por curar uma ampla gama de doenças, como epilepsia, febre tifóide, catarata e obesidade.
Ao longo de 30 anos, Shelton realizou 25.000 jejuns variando de três dias a mais de dois meses. Ao longo dos estudos realizados, Shelton descobriu que o número de glóbulos vermelhos aumentava durante o jejum e que ocorria um rejuvenescimento geral. Ele afirma ter observado a rápida cicatrização de feridas e vários sistemas de órgãos em pacientes submetidos à prática. Em um caso, um grupo de universitários estudou por uma semana sem comer e apresentou melhora notável em seu desempenho. Ele afirmou que os viciados encontravam alívio por meio do jejum e que outras condições mentais apresentavam melhora por meio de seus métodos. Herbert M.
Shelton e seus trabalhos permanecem populares na comunidade da medicina alternativa até hoje, especialmente nos domínios do jejum e dos cuidados restaurativos.